Em Portugal, cerca de nove mil casos de cancro da mama são detetados todos os anos e mais de duas mil pessoas morrem com a doença, segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

O rastreio é uma forma eficaz para a deteção precoce, que faz com que aumente não só a qualidade de vida, mas também a esperança média de vida das doentes.

A propósito do mês da prevenção do cancro da mama, o Viral reuniu algumas perguntas comuns sobre o rastreio: O que é? O exame é doloroso? E o que acontece se o resultado for positivo?

O que é?

O rastreio do cancro da mama é uma medida de saúde pública, promovida pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), que pretende detetar precocemente alterações nas mamas.

É a forma mais eficaz de reduzir a mortalidade, aumentar a esperança de vida, contribuir na melhoria da qualidade de vida e reduzir o recurso a tratamentos agressivos e invasivos, de acordo com o SNS.

O rastreio consiste na realização de uma mamografia, um exame que permite analisar o tecido mamário e detetar cancros numa fase muito inicial, quando ainda seria impossível senti-los através de palpação. Esse exame é, depois, avaliado por dois médicos radiologistas.

Antes de realizar uma mamografia, é preciso responder a algumas questões sobre a história clínica relevantes para o rastreio e assinar um consentimento informado, após serem comunicados todos os detalhes sobre o exame.

Quem é elegível para o rastreio?

É dirigido a mulheres entre os 45 e os 74 anos, as idades em que se verifica maior incidência de cancro da mama, mas há algumas condições. São excluídas de forma definitiva pessoas que tenham tido cancro da mama ou que tenham feito mastectomias.

Quem tiver próteses mamárias também fica de fora do rastreio — nesses casos, a orientação deve ser dada pelo médico de família —, mas outras cirurgias às mamas não são impeditivas de fazer o rastreio.

Pessoas grávidas ou que estejam a amamentar também ficam temporariamente impedidas de realizar o rastreio, assim como quem tenha alguma alteração na mama.

Neste último caso, é recomendado que se contacte o médico de família, já que o rastreio é dirigido para quem está assintomático.

Se cumprir os critérios necessários, irá receber uma carta com indicação de data, hora e local onde deve realizar o exame — o mais comum é que seja numa unidade móvel perto de um centro de saúde.

Para que a carta siga corretamente, é necessário ter os dados de identificação atualizados no centro de saúde.

Caso não receba nenhuma carta mas cumpra todos os requisitos, pode dirigir-se diretamente a uma unidade móvel ou agendar através dos números 245 009 299 ou 915 999 890.

Sinto-me bem. Tenho de fazer?

Sim. Mesmo quando não há nenhuma alteração visível na mama, como um nódulo, corrimento mamário ou retração do mamilo, é importante que todas as pessoas elegíveis façam o rastreio de dois em dois anos.

O rastreio permite detetar alterações que não são identificáveis ao toque, de forma a facilitar um eventual tratamento.

Se no período entre rastreios notar alguma alteração como as acima descritas deve contactar o médico de família para perceber o que se passa.

Como é feita uma mamografia? É dolorosa?

A mamografia é um exame em que são utilizados raios-X para reproduzir uma imagem da mama. Geralmente, são feitas duas imagens de cada mama: uma através da compressão horizontal, outras através de compressão vertical.

É graças a essa compressão que pode surgir alguma dor ou desconforto durante o exame, que deve passar logo após o final da mamografia. Este é um procedimento rápido, pelo que o essa sensação deve passar rapidamente.

O que acontece se o resultado for positivo?

O resultado segue, até quatro semanas depois da mamografia, por carta, tanto para a utente como para o médico de família. De acordo com o SNS, “cerca de uma em cada 14 pessoas rastreadas tem um resultado positivo”.

Quando é esse o caso, há uma consulta de avaliação, onde serão feitos exames complementares para esclarecer o resultado do rastreio.

E se se mantiverem as suspeitas de cancro, reencaminha-se a utente para um hospital do SNS.


Este artigo foi desenvolvido no âmbito do “Vital”, um projeto editorial do Viral Check e do Polígrafo que conta com o apoio da Fundação Champalimaud.

De: https://viral.sapo.pt/artigos