OMS avança com medidas que poderiam salvar milhões de vidas, entre elas agravamento de impostos sobre tabaco e álcool, melhor rastreio de cancro, e investimento adicional de três dólares por pessoa.

Um investimento adicional de três dólares (2,55 euros) por pessoa anualmente em medidas para reduzir o impacto das doenças crónicas não transmissíveis poderá salvar 12 milhões de vidas até 2030, anunciou esta quinta-feira a OMS.

A estimativa consta de um estudo apresentado esta quinta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que aponta como medidas para combater as doenças que causam mais de 40 milhões de mortes anualmente em todo o mundo o agravamento de impostos sobre o tabaco e o álcool, campanhas de sensibilização para as crianças, melhor controlo da hipertensão o rastreio do cancro do colo do útero.

Estas são algumas medidas que podem “prevenir 28 milhões de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, acrescentar 150 milhões de anos de vida saudável”, salienta o documento da agência das Nações Unidas para a saúde global.

Estes dados foram divulgados pela OMS poucos dias antes de uma reunião de alto nível sobre o combate às doenças não transmissíveis, que vai decorrer em paralelo com a Assembleia-Geral da ONU em Nova Iorque.

“Temos as ferramentas para salvar vidas e reduzir o sofrimento. Investir no combate a estas doenças não é apenas uma boa política económica, mas uma necessidade urgente para a sociedade”, alertou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS sublinhou ainda que o maior investimento deve ser feito nos países em desenvolvimento, onde ocorrem três em cada quatro mortes por doenças crónicas não transmissíveis, aproximadamente 32 milhões de mortes a cada ano.

Este tipo de doenças é responsável por sete das principais causas de morte no mundo, num ranking liderado pelas doenças cardíacas, representando aproximadamente nove milhões de mortes a cada ano.

Doenças pulmonares, cancros do sistema respiratório, alzheimer, diabetes e problemas renais são também as doenças crónicas não transmissíveis que estão entre as 10 que causam mais mortes a nível global.

As maiores reduções de mortes, de acordo com dados de 2010 a 2019, foram alcançadas nas doenças cardiovasculares e em certos tipos de cancro, como do pulmão, próstata, estômago, colorretal, cervical e mama, de acordo com o relatório.

O documento da OMS alerta que as empresas produtoras de tabaco, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados, cujo consumo contribui para um maior risco destas doenças, continuam a tentar bloquear ou enfraquecer as políticas que visam a sua prevenção, como taxar os seus produtos ou limitar o seu acesso às crianças.

De: https://observador.pt