Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla inglesa), este ano os casos de gripe estão a surgir mais cedo sobretudo devido a uma nova estirpe de gripe A (H3N2), subtipo K. Em resposta ao alerta do ECDC, a diretora-geral da saúde, Rita Sá Machado, disse à agência Lusa que, de facto, já se verifica um aumento de casos em Portugal e é expectável que a epidemia comece mais cedo. Que medidas ajudam a prevenir a transmissão da gripe?

Como prevenir a gripe?

Vacinação

Tal como se explica num texto da Organização Mundial da Saúde (OMS), “a vacinação anual é a forma mais eficaz de se proteger contra a gripe e complicações graves”.

Por isso, todos os anos, a Direção-Geral da Saúde (DGS) realiza campanhas sazonais de vacinação contra a gripe (e contra a covid-19), com o objetivo de “incentivar a população mais vulnerável a vacinar-se nas estações em que estas infeções são mais comuns, conferindo deste modo um reforço da proteção”, explica-se num texto do balcão digital do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24)

A vacinação sazonal é gratuita para os grupos de risco, tais como: “crianças com idade igual ou superior a 6 meses e inferior a 24 meses”; “pessoas com idade igual ou superior a 60 anos”; “grávidas”; pessoas com algumas doenças crónicas; profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.

A gripe é uma doença infeciosa causada pelo vírus influenza A ou B e as vacinas disponíveis atualmente protegem contra ambas as estirpes .

A “administração anual” continua a ser necessária “devido à constante mutação dos vírus, que exige atualização das vacinas”, explica a DGS.

Evitar o contacto com pessoas doentes

O ideal é que se evite o contacto com pessoas possivelmente infetadas com o vírus da gripe. Isto porque “a gripe é contagiosa” e “quando uma pessoa infetada tosse ou espirra, gotículas contendo o vírus podem se espalhar até um metro de distância e infetar outras pessoas que as inalam”, explica-se no texto da OMS.

Se não for possível evitar totalmente o contacto, é importante evitar “partilhar a mesma divisão” com pessoas doentes, não “beijar ou abraçar”, “arejar espaços interiores” e “desinfetar zonas de utilização comum”, aponta-se no site do SNS 24.

Deve-se ter um cuidado especial em espaços onde a gripe se pode espalhar mais facilmente, como “transportes públicosescolas, lares de idosos e eventos públicos”, sublinha a OMS.

Manter a etiqueta respiratória

“Os germes são mais propensos a entrar no seu corpo através dos olhos, nariz e boca” e, apesar de não ser possível controlar tudo o que se inala, “pode reduzir o risco de infeção mantendo as mãos longe do rosto”, esclarece-se no texto da OMS.

“Se precisar de tocar nos olhos, nariz ou boca, faça-o com um lenço de papel limpo ou lave as mãos primeiro”, recomenda-se.

Também é importante “lavar frequentemente as mãos”, sobretudo “após tossir/espirrar”, “cobrir boca/nariz com um lenço ou braço quando se espirra ou tosse” e “não espirrar/tossir para as mãos”, refere-se no site do SNS 24.

Utilizar máscara (quando necessário)

Segundo as recomendações do ECDC, as pessoas diagnosticadas com gripe “ou que apresentem sintomas respiratórios” devem ficar em casa, “se possível, pelo menos 4-5 dias após o início dos sintomas”.

Contudo, se não for possível, é importante que se impeça ao máximo a transmissão do vírus. Tal como tinha defendido o médico Alexandre Carvalho, em declarações anteriores ao Viral, “as pessoas doentes, com sintomas gripais, devem usar máscara (como no tempo da pandemia de Covid-19), para impedir a transmissão de vírus, seja ele qual for”.

O especialista explicava que “as máscaras são eficazes independentemente do vírus” em causa e a sua utilização ajuda a “impedir a transmissão a parentes, colegas, conviventes”, etc.

Por outro lado, numa perspetiva de proteção, “as pessoas que estão identificadas como grupo de risco para doença grave por um vírus influenza (ou outro vírus), numa altura em que há muita circulação de vírus respiratórios, devem usar máscara”.

Neste contexto, alertava, “pessoas com alguma fragilidade”, como “idosos” e “pessoas com problemas imunitários”, em “ambientes com muita gente, ou fechados, devem proteger-se”, evitando ao máximo contrair uma doença respiratória.

De: Casos de gripe chegam mais cedo. Como prevenir a infeção?